quinta-feira, 31 de março de 2011

etapas de um filme: roteiro (parte 2)

Como escrevi no último post, há um formato padronizado de roteiro para que todos os envolvidos possam compreender o que será feito. No site 'roteiros de cinema' há diversos deles para tomarmos como exemplo.

O roteiro é separado por cenas, que descrevem todo o contexto em que se encontram os personagens no momento. Nas cenas, identificamos primeiramente o local, sempre dizendo se é uma cena externa ou interna; depois, escrevemos o que está acontecendo e, por fim, os diálogos, se houverem.

Ex:

Cena 01. Ext. Bar - dia

Sexta-feira pela tardezinha, os cinco amigos estão no bar minutos depois da educação física no colégio. Eles estão empolgados com a recém carta de motorista de um deles e decidindo o que vestir para a festa à fantasia do casarão, na mesma noite.
 
BRUNO 
(com voz animada)
           Hoje o bicho vai pegar! Já decidiram o que vão usar na festa?
 

RODRIGO
(acaba de tomar a tubaína e responde)
           Eu vou de Corvo, aquele do filme. Vou passar um pó de arroz na cara, pintar os olhos com lápis de maquiagem, vestir uma calça e camiseta preta e já era.

RENATA
(empolgada)
           Eu vou de espanhola. Minha tia tem um vestido lindo que eu sempre quis usar. Vai ser tão legal.

E por aí segue os diálogos e outras cenas.

Esse formato permite que toda a equipe (produção, direção, fotografia, arte, atores, som e edição) planeje como irão trabalhar.

Uma técnica que aprendi, ao escrever um roteiro, é deixar os diálogos por último. Antes, faz-se um emaranhado de idéias que podem ou não dar certo.

Primeiramente, é pensado o contexto de cada cena (externo, quarto, noite, fulano encontra ciclana...). Para essa etapa dá-se o nome de beat sheet.

Depois de feito isso no roteiro inteiro, vem o outline, que são todas as possibilidades de diálogos, um esboço livre de tudo o que pode acontecer.

Por último, finalmente, colocamos os diálogos. Eles ficam por último porque, assim, fluem mais naturalmente devido a todo o processo que foi feito. Já conhecemos melhor os personagens e podemos desenvolver diálogos mais interessantes.

Lembrando que essa técnica não é uma receita de bolo, vai de cada um achar a forma que se sente mais confortável para escrever.