quarta-feira, 30 de março de 2011

etapas de um filme: roteiro (parte 1)

O roteiro é a parte que considero a mais complicada de explicar. É muito pessoal. Cada um trabalha da forma que deseja.

Tive aulas com roteiristas que tratam o método como receita de bolo, o que não consigo concordar. O roteiro pronto, evidentemente, tem um padrão de visualização que todos os profissionais estão habituados. Mas a forma de se contar a história vai de cada um.

Por exemplo, me falaram que o roteiro tem um começo onde se apresentam os personagens e gera-se um conflito. Depois, desenvolve-se o conflito e por final vem a solução deste. Nessa história há o protagonista, que é o dono da agonia principal e o antagonista, que se opõe a essa agonia.
Eu digo que só é assim se você quiser que seja.

Se pensarmos, 90 por cento das produções são assim, mas há outros que não e são maravilhosos. O diretor/roteirista Mike Leigh é bom nisso. No filme 'All or Nothing' (Agora ou Nunca), todos são protagonistas que vivem em suas diferentes agonias que não terminam com o filme. Os conflitos não vão se desenvolvendo, eles sempre estão lá, do começo ao fim, sem necessariamente um ápice nem solução.

Há filmes que são irritantemente previsíveis. Vai tudo tão bem com os personagens, você dá uma olhada no visor do DVD e se passaram 40-50 minutos. Nessa você já percebe que algo de ruim vai acontecer. Os filmes bons não deixam essa sensação tão óbvia (estou falando de drama, nos outros gêneros eu deixo rolar e me divirto).

A história é sua, conte-a da forma que lhe convier. O que farei é dar algumas dicas de deixar o roteiro no formato padrão de leitura, para que todos os envolvidos possam compreender.

Fica para o próximo post porque este já está grande demais.